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"O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário" (Albert Einstein)



Não gosto de despedidas, por isso, evitei ao máximo aqueles abraços calorosos e sussurros de emoção perto de mim na hora de partir.
Meus mais me levaram até Santa Maria, onde lá, eu pegaria um ônibus que iria direto para São Paulo, parando apenas para aquelas horas agradáveis de lanche e para esticar os pés inchados de tanto ficar em uma mesma posição sentada.
Logo que me despedi, sorri e o ônibus partiu, pude ver minha mãe sorrindo, como tanto pedi que fizesse e logo depois entraram no carro. As 4 primeiras horas de viajem, viajei sozinha com 2 bancos a minha inteira disposição e conforto para curar a ressada da noite passada. Já que resolvi ficar até tarde em uma festa de 15 anos bebendo e daçando com uma sandália nada confortável.
Logo uma senhora subiu e sentou-se ao meu lado, na janela. Mais uns minutos se passaram e entrou outra senhora com um menino aos prantos, se despediram calorosamente e ela pediu a mim e a senhora ao meu lado para que cuidássemos do pequeno até São Paulo, afirmamos que iríamos cuidá-lo e ela se foi.
O Menino ainda enxugava suas lágrimas e eu perguntei seu nome, ele disse-me que era Renan e que aquela era sua vó e ainda nos contou que seua mãe iria esperá-lo na rodoviária de São Paulo.
Apartir dali começou a minha viagem cuja primeira parada foi para almoçar em Santa Catarina, numa cidade que nem me lembro o nome, mas que preferi comer apenas aquelas frituras gordurosas e que quase nunca como.
Voltei para o ônibus e viajem adiante conversei com aquela senhora até anoitecer e pararmos novamente para o café, até ali ja sabia que ela era uma Senhora madrasta de um Militar, morava em Cruz Alta mas todos os anos pegava um ônibus até São Paulo e seguia para Minas Gerais para visitar seus familiares e amigos na sua terra natal. O menino, morava em São Paulo e também, todo ano, visitava sua vó em Cruz Alta, morou 1 ano com  ela e resolveu voltar a morar com os pais, ele era muito apegado na sua vó e por isso, em casa partida sofria tanto.
Havia também, alguns cubanos no ônibus, que insistiam em falar apenas uma língua que ninguém entendia, mesmo sabendo falar em espanhol, por esse motivo, não descobri o que faziam ali conosco na viajem.
Na cidade de registro me esbaldei comendo pães de queijo e tomando o melhor café que já provei em um lugar muito aconchegante e lindo, feito para quem viajava e com uma estrutura de shopping.

Pra mim, que nunca havia saído do Rio Grande do Sul, nunca havia viajado de ônibus sozinha mais de 1 vez, e tantas outras coisas que ainda não vi nem conheci nessa vida, tudo estavam sendo uma grande novidade, e ainda está sendo.
Ao chegar em São Paulo, agradeçi aquela senhora de bom coração dei tchau ao menino que havia cuidado, mas que na verdade sabia melhor do que eu viajar sozinho e sabia o traje inteiro decor. Olhei na janela e vi lindos apartamentos, avenidas, casas, carros, tudo isso multiplicado por 100. O que mais eu pude apreciar pelo tamanho e capacidade foi as pontes das rodovias, carros passando muito rapidamente, vidas e rostos jamais vistos. Cheguei na rodoviária e avistei meu primo a minha espera.
Pegando minha mala Rosa, sai em direção ao taxi parecendo uma patricinha, loira com blusa rosa, travesseiro rosa e mala rosa com chaveiro de sapatinho de vidro. Arranquei algumas rizadas de uns góticos que por ali passaram, mas concerteza, não me intimidei tanto, pois, pra mim, ser gótico era o fim da picada mesmo.

Pegamos um taxi. O taxista, um senhor de uns 70 anos, tão simpático que logo notou meu sotaque diferente e até o caminho de casa já conversou a cota inteira para o dia.
No caminho, mais prédios que me olhavam, ruas que insinuavam sua periculosidade, pessoas que nem me notavam e carros que insistiam fazer tanto barulho.
Olhei aquele movimento todo e disse em pensamento: Eu não tenho medo de vocês! Isso tudo não me assusta ou intimida. Isso é só, apenas, uma cidade que eu terei que conquistar meu espaço, mostrar quem eu sou e como tenho vontade de ser alguém na vida.
Olho ainda tudo na volta e antes de pedir fardos mais leves ou ter garras afiadas para lutar, peço ombros fortes para suportar o que a vida me reserva, agradeço a Deus pela oportunidade oferecida e oro para que a sorte e o sucesso me acompanhem nessa nova jornada que aqui se inicia.

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"Muitas pessoas perdem
as pequenas alegrias enquanto
aguardam a grande felicidade."

(Pearl S. Buck)

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