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A amizade é um amor que nunca morre... (Mário Quintana)


De um mês para cá minha vida tomou uma proporção que eu jamais imaginaria que tomasse. Pensei em diversas vezes palavras para descrever o que passei e formas expressivas e claras de mostrar o que ocorreu, mas pensando bem, acho que a história que aconteceu é digna de poucos leitores e no decorrer dos dias vou escrever os fatos e os que se propuserem a acompanhar terão uma visão ampla e de bom entendimento de tudo.
Eu me encontrava confusa e sem muitas explicações as minhas respostas, quando eu achava estar tentando encontrar a realidade era quando eu mais estava enganada. Por muitas vezes meus valores ensinados desde a infância foram questionados e colocados a prova, percebi que aos poucos a ilusão de adolescente de encontrar o amor verdadeiro ia morrendo e dando espaço a vontade de ter dinheiro e sucesso.
Com muitos sonhos e planos, minha meta na cidade grande se tornara fazer faculdade, morar sozinha e ter independência, porém, dava muito ouvidos a pessoas que mesmo sendo tão próximas insistiam em dizer que isso tudo estava certo e que eu devia lutar realmente para ter.
Estava eu trabalhando, comprando coisas, pagando um aluguel absurdo e fazendo festa.
Em um certo dia decidi sair com minha amiga Larissa, aproveitar o final de semana e me divertir. Mal sabia, eu, que aquele final de semana mudaria minha vida. Pois ao conhecer o tão falado Fernando, vizinho dela, eu não senti absolutamente nada e nem ele por mim.
A balada continuou pela noite a  fora e até fiquei com outro cara lá. Na hora de ir embora, como o combinado, era ir embora com a minha amiga, cujo o tal vizinho nos levaria em casa. Assim fiz.
Quando deixamos a Larissa em casa, ele resolveu que poderiamos ir em uma outra balada que ainda estava rolando, eu aceitei. Porém ao chegar lá a mesma já havia acabado.
Não fui na balada, não voltei pra casa e nem ouvi os conselhos das minhas amigas que insistiam em dar mil recomendações de como começar um possível relacionamento sério, levando em conta a primeira regra que seria não dormir com o cara no primeiro encontro, a segunda, que seria não ficar com ninguém na frente dele, não contar seus defeitos, não fazer de tudo na primeira noite, fingir ser quase perfeita. Não segui nenhuma regra, afinal, não estava interessada em um relacionamento sério mesmo.
No dia seguinte começei a mais incrível maratona das primeiras vezes (sem malícia, é claro), comi pela primeira vez em um restaurante de comida japonesa, passeei quase o dia todo pela cidade, conversando com ele e falando sobre coisas da vida, sempre com sinceridade, conversávamos como bons amigos, um ajudando, entendendo e tentando compreender o outro.
A semana passou e notei que a procura dele por mim, não era aquela procura interesseira, carnal ou incompreensível da maioria dos homens, era algo simples, as vezes apenas para uma conversa, uma companhia, como quando eu acabara de sair de meu trabalho e resolvi saciar o desejo de jantar em um restaurante perto dali. Sozinha, sentada e sem o que fazer, pedi uma massa suculenta com um molho que nunca havia provado. Derrepente a ligação dele, queria que eu fosse em um churrasco na casa de alguns amigos. Eu expliquei que achava melhor não, que estava jantando naquele local e prontamente ele me avisou que estava indo pra lá. Não demorou muito lá estava ele, comigo. Me ouvindo contar que iria sair com outro cara e sua reação foi de decepção. Mais uma vez eu havia feito a coisa errada.
Disse a ele que a meia noite daria a resposta se sairia com o tal cara no dia seguinte ou não. Ele me olhou e disse que estava gostando de mim. Meu coração se partiu em pensar que eu havia dito muitas coisas que poderiam feri-lo. Doeu em imaginar que ele poderia deixar de me admirar do jeito que estava, por culpa minha mesmo.
No final da noite liguei para dizer que eu queria reverter o que fiz e que não iria mais sair com ninguém. Foi quando ele me buscou e me levou a um barzinho junto a uns amigos e me apresentou como namorada. Minha reação foi de surpresa, de encanto, de incompreensão.
Porque ele havia feito tudo isso para alguém que desde o incío parecia não estar nem ai?
Só me dei conta que estava gostando muito daquele homem 10 anos mais velho quando, em minha inútil imaturidade adolescente, falava de ex namorados e de pessoas com uma tamanha naturalidade que o magoei e ele chegou a dizer que não queria sofrer e iria me deixar. Me vi desesperada em imaginar uma vida sem aquele ombro amigo, aquele beijo inexplicável e aquele carinho gostoso e percebi que eu estava tentando evitar o que já estava na cara.
Eu estava me apaixonando....
(continua...)

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"Muitas pessoas perdem
as pequenas alegrias enquanto
aguardam a grande felicidade."

(Pearl S. Buck)

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