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Muitas vezes se aprende mais em dez dias de agonia que em dez anos de contentamento

A mais ou menos 2 dias atráz resolvi desabafar via facebook, lá, contei o que estava me deixando angustiada e expus minha situação de profunda tristesa em meu relacionamento. Muitas, mas muitas pessoas curtiram, algumas deram seu "pitaco", demonstraram preocupação e teve aqueles que ficaram profundamente encomodados com o que leram. Fazia muito tempo que vinha guardando forças, engolindo algumas coisas e não via como soltar todo esse sentimento reprimido para algum lugar, soltei no face!
Eu não ofendi, ultrajei, muito menos denegri a imagem de meu querido esposo, apenas expressei primeiramente de uma forma indireta o que a maioria dos homens acharia correto fazer ou agir com suas mulheres, teve aqueles que juraram jamais terem feito de tal forma e aqueles que tomaram as dores do apontado no texto e nada falaram, nem ali no post, nem diretamente a mim.
O que queria comentar aqui é o seguinte: NENHUMA pessoa, além de meus pais e algumas amigas bem próximas, notaram o que eu estava passando. Tristeza, nervosismo, raiva, angústia, desolação, sentimento de baixa auto-estima, e todas as coisas ruins que pode se passar pela cabeça de uma mulher que estavam sem NINGUÉM, eu disse NINGUÉM, para chorar e desabar aquela montanha de coisas e, quem sabe, ouvir algum conselho bom.

  Resumidamente, nunca superei o fato de algumas pessoas que passarm pela minha vida terem me enganado. Essas pessoas me enganaram de tal forma, que criei um personagem para cada uma dessas pessoas, logo a frente dei de cara com a Sra. Realidade e as máscaras caíram. Enxerguei essas pessoas como realmente são, sem as máscaras, sem os títulos, sem fingimentos e me decepcionei muito, passei por uma depressão silenciosa, onde minhas aprontadas e artes demonstravam tamanha indignação e expunham como meu interior se encontrava: confuso!
Vim parar em São Paulo, ainda confusa e sem um objetivo, no momento em que eu poderia viver minha adolescência como qualquer outra pessoa, me vi com pessoas de máscaras novamente. Logo eu, que sempre fui tão transparente com todos, percebi que o mundo se movia desse modo. Vesti a minha! Conheci ele, que investiu em mim, que me disse que eu valia a pena, que me mostrou quem realmente era sem medo, aí voltei a acreditar em alguém. Minha cabeça ainda estava traumatizada com os acontecimentos em menos de 2 anos. Meu relacionamento não estava nas melhores fazes tinhamos acabado de nos reconciliar, então, descobri que estava grávida! Fui envolvida por hormônios estranhos que me faziam chorar por tudo e ficar áspera com as pessoas que mais amava, sentia muito sono, fadiga e eu que já era preguiçosa, acordava só pra ir trabalhar e as vezes dormia no provador da loja também. Isso gerou brigas, pois, não organizava a casa, ele, não sentia vontade de expor os problemas dele pra mim, pois eu levava tudo para o lado emocional e sempre acabava chorando, então uma amiga dele veio a ser a ouvidora e conselheira.
Quando eu descobri, fiquei arrazada, chorei muito, me senti um lixo por não estar sendo a amiga que antes eu era. Dois dias depois fui internada com suspeita de ruptura prematura de membrana da bolsa. Lá naquele hospital, me sentia presa, não podia fazer esforços e nem dormir direito, por causa da monitoragem do bebê me acordavam no meio da noite e eu ficava irada da vida, mas tudo fazia parte daquilo que, talvez, Deus tinha me colocado para passar.
Não via o Fernando todos os dias, nem privava ele de sair se quizesse, eu não poderia ser um impecílio para ele se trancafiar em casa, afinal. Ali, fiquei os mais longos 15 dias da minha vida.
Quando quase que no último dia, ao fazer a monitoragem, recebi uma ligação da minha mãe, perguntei ao médico se poderia atender, ele disse que sim. No decorrer da conversa me emocionei muito ao contar para minha mãe a angústia que estava e com o coração apertado, chorei. Instantâneamente a monitoragem se mostrou diferente das últimas, havia varias contrações fortes, sem dores, mas o Gabriel mechia muito e seus batimentos aceleravam. O médico espantado, contornou com caneta as contrações apontadas em 30 min, foram 5. Ele saiu do quarto levando consigo o exame e ao voltar me deu a notícia mais dificil no momento, que teria que ficar mais uns dias  para discutirem aquelas contrações e fazerem uma reavaliação. Passou os dias, sai do hospital a vida continuou, porém, fui afastada do trabalho. Estar grávida é estar em TPM constante, como sempre dizia. Mas eu não me dava ao luxo daqueles desejos, de brigas toda hora, eu reprimia muitos sentimentos com medo de mostrar uma imagem de mulherzinha abalada com a gravidez, as vezes não dava pra segurar, mas a maioria das vezes eu me calava.
Passei pelo parto, aquele momento em que psicólogos relatam como uma perda psicológica muito grande para a mãe, onde seu filho sai de seu ventre, que é um, e passa a ser um "ser a parte", que pessoas o disputam, querem pegá-lo, querem beijá-jo, aquele serzinho que antes era só seu! Minha mãe e minha sogra estavam ali comigo 24h em minha casa, me ajudando, observando, conversando e expondo suas opiniões. Me sentia ciúmenta as vezes, confesso, em que ele chorava e alguma delas queria acalmá-lo e pegavam ele de mim. Com olhar distante eu pensava comigo: "Acalme-se, elas querem ajudar, você vai ter todo tempo com ele depois, elas querem curtir o netinho, isso é novo pra elas também".
Minha mãe foi embora, e veio o pai do Fernando, irmão, cunhada e 2 tias. A casa estava sempre alegre, conversas, hambiente agitado... e eu nunca estava sozinha.
Passei a minha gravidez inteira dormindo em casa, conversando apenas com o Gabriel, de repente, estava cheia de gente ao redor e assim como vieram, se foram.
 E eu, que antes morava em uma kitnet, agora estava com um filho e uma casa enorme para cuidar, sem falar que assumi um compromisso que não deveria ter assumido, pois, evitaria brigas, prestei concurso público e estudar, era naquele momento, era mais um compromisso assumido comigo mesma, sem contar que estava tirando a carteira de habilitação. Então, as vezes eu e o Fernando brigávamos pq eu não lavava a louça, outras, pq não estudava, outras pq eu havia escolhido um CFC longe e que eu pegava ônibus, porém, eu tinha certeza que iria aprender realmente a dirigir, do ponto de vista do Fernando era gastos a mais, ele achava que se fosse em algum "baratinho" aqui de perto, tudo seria mais simples.
Eu e ele discutíamos, eu chorava e ia contar para minha mãe, ficava extremamente triste e no outro dia ele me olhava como se nada tivesse acontecido. Teve um dia em que ele disse que tinha vontade de ligar e contar para minha mãe ele mesmo, as reclamações que tinha a meu respeito, mais do que depressa, eu liguei pra ela e dei o telefone a ele, onde ele, meio sem graça reclamou e ela ouviu. (¬¬) Nada mudava.
Então, chego ao início deste texto, onde, expus nesta ampla rede social que não sou 100% feliz, amável, perfeita e com o melhor namorado do mundo, como todo mundo tenta transparecer e fazer acharem.
Para mim, resta o arrependimento de ter excluído tal postagem, pelo menos de algo eu me arrependo. Para estas pessoas que ficaram com sentimento de indignação, só lamento e digo: Alguma de vocês sabia do que se passava comigo? Alguma de vocês (pessoas indignadas) veio me perguntar se tudo estava bem comigo, se precisava de algo ou se estava querendo compartilhar algo? Se a resposta for "Não", cabe a vocês entenderem que têm o livre harbítrio de me excluírem se quizerem e saberem que estou voltando a postar neste blog como antigamente, como o criei para fazer, postar aquilo que sinto, sem medo de segundas opiniões. Não ligo ser taxada de imatura, pois, disso minha consciência está livre, apenas penso que, antes, não reprimia nenhum sentimento, escrevia tudo que sentia do modo real que passava pela minha cabeça, ao ler, tudo criava um início, meio e fim e as idéias se "organizavam" até o momento de, então, "agir". Estou ligando apenas para mim mesma e se isso me faz bem, será feito, pois, na hora de julgar vão existir muitos, mas aqueles que param pra te ouvir são bem poucos!

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